Crônicas

Foi no meio do alvoroço causado pela desinformação da pandemia do coronavírus, com debates sobre tomar ou não tomar cloroquina, usar ou não usar máscara, ficar em casa ou não, que me veio a inspiração: Escrever crônicas, no meio dessa rebimboca da parafuseta. É como se estivéssemos assistindo a uma versão moderna da Torre de Babel, onde as línguas se misturam e os entendimentos se perdem, revelando as falhas gritantes de nossos sistemas de saúde pública. É como se o coronavírus fosse o supervisor dessa confusão linguística, dizendo: “Bem-vindos à minha versão de babelês, onde todos falam, mas ninguém entende!” É inegável que a pandemia tem sido como uma inspeção de saúde global, revelando as fragilidades de muitos sistemas de saúde ao redor do mundo. É como se o coronavírus estivesse jogando o jogo da verdade com nossos sistemas de saúde, dizendo: “Vamos ver quem está realmente preparado para lidar comigo!” Onde deveria existir uma estrutura sólida, encontramos uma teia frágil, quase transparente, pronta para desmoronar sob o peso da crise. Hospitais superlotados, profissionais exaustos, recursos escassos – essa é a realidade que muitos enfrentam diariamente. Mas, além das questões práticas, há algo mais profundo que permeia essa narrativa. É a sensação de desamparo, a incerteza que paira no ar como uma neblina densa. É a falta de liderança clara, a hesitação das autoridades, a polarização que transforma até mesmo questões de saúde em debates políticos acalorados. E no meio desse turbilhão, encontramos histórias de coragem e resiliência de profissionais de saúde que enfrentaram o perigo de frente, colocando suas próprias vidas em risco para salvar outras. Comunidades se unindo, mesmo à distância, para oferecer apoio mútuo e solidariedade. São esses pequenos lampejos de humanidade que nos lembram que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, ainda há luz a ser encontrada.