PROCURA-SE UM PAI PARA CHAMAR DE MEU

Original price was: R$64,95.Current price is: R$51,42.

Autor(a): FACCO SANCHES
Saiba mais sobre o(a) autor(a): uiclap.bio/facco.sanches

Prazo de produção: até 7 dias úteis
REF: ut19282 Categoria Tags: , , , , , ,

Sinopse

A rotina com a morte é capaz de fazer esquecê-la. Uma inimiga silenciosa e rápida não poderia ser facilmente desprezada. Ela existe. Está à espreita, pronta para agir quando a vida parecer deliciosa demais e, talvez, preguiçosa quando os sabores das manhãs forem menos marcantes. A vontade de quem está sem motivação de viver dará o empurrão em direção ao infinito. Acostumar-se é uma saída… para a morte; não para a vida.
Encontrar explicações para a morte é minha vida, sou Perito Criminal. Vivo para entender o que levou à morte. Enquanto refletir sobre assuntos relacionados à existência era um passatempo, para mim, a morte virou profissão. Encontrei na ciência uma forma de conforto e compreensão da morte… dos outros.
Inúmeras variáveis são levadas em conta quando a morte encontra o destino final; dificilmente não há explicação. Pode até ficar sem solução, com algumas perguntas sem respostas esquecidas pelos vestígios apagados na hora do adeus, como um segredo guardado, pressuposto no bilhete de despedida impresso no olhar de quem partiu para nunca mais voltar. Quem morreu sabe quem o assassinou. Quem mata sabe o que faz. O restante fica sem opção, velando a solidão, à procura de conforto, ao menos para a culpa de ter perdido tempo. Tudo por causa de assuntos mal resolvidos.
Falar de morte enquanto a vida bate à porta é incoerente. Só posso falar sobre assuntos que entendo. Seria eu um especialista em morte? Não creio. Sou apenas um profissional íntimo dela. Vi-me sem saída quando talvez, por engano, em frente de casa, ao abrir o portão, deparei-me com a vida: minha mulher grávida!
Nunca me pediram para fazer um levantamento técnico das causas de um nascimento, para analisar a felicidade das pessoas celebrando a chegada da esperança. Geralmente, sou o convidado indesejado, a última imagem triste antes de a escuridão ser embalada pelo saco de recolha de cadáver. Um sorriso ao lado da morte pode indicar cumplicidade. Por isso ninguém sorri para mim.
Esperar a chegada do filho é vida que bate à porta, arromba o trinco para entrar e trazer alegria. Como ela nunca tinha chegado tão perto de mim, fiquei confuso.
Meu primeiro convite para celebrar a vida foi-me entregue pela minha esposa; nele foi dito para esquecer protocolos, deixar-se levar pela alegria, porque a vida consertaria os equívocos, enterraria as dores em covas profundas. Quem me disse foram os olhos dela acompanhados do sorriso largo, contagiante. O convite apresentava-se quase na totalidade em branco – faltavam o nome, o endereço e data –, apenas grafada a palavra “pai”. Tentei avisá-la que estava incompleto, que precisaria de mais informações para prosseguir com os trabalhos técnicos, mas ela não me ouviu. Cheia de vida e sem paciência para questões insignificantes, ela não queria saber de morte, somente do umbigo dela.
Eu tinha nove meses para entender o convite. Sem tempo a perder, precisava correr contra o relógio. Não fosse o brilho do sorriso de Alice, certamente teria visto um papel em branco. As letras da palavra pai praticamente foram apagadas do meu vocabulário por muito tempo. Somente uma mãe seria capaz de fazer-me lembrar delas.
Eu desejava uma família, mas não queria filhos; pensamento comum de quem quer um pai para chamar de meu, mas não quer responsabilidades. Coisas de filhos. E minha esposa queria ser mãe. Uma criança viria ao mundo e precisaria de um pai. Quem não precisa de um pai? No momento, uma criança e uma mãe precisam mais do que eu. As recordações precisarão esperar. Ao menos enquanto as lembranças do passado assombrarem o futuro.
Nove meses passam rápidos, assim como a vida. Encontrar um pai para chamar de meu é só mais um caso, talvez outro crime a ser solucionado. Como toda cena de crime, atravessar a faixa de isolamento e levantar os vestígios será surpreendente. O final será imprevisível. Somente a pergunta será a mesma: Quem matou?

Informações adicionais

Peso 0,57307375 kg
Dimensões 15,5 × 23 × 2,15 cm
Nº Páginas

410

Capa

Brilho, SEM orelha

Data da Publicação

10/06/2022

Impressão

Preto e Branco (Papel Offset)

Tamanho

Editora

Autor(a)

Faixa Etária Recomendada

Adulto (maiores de 18 anos)

Ranking

Avaliações

Não há avaliações ainda.

PROCURA-SE UM PAI PARA CHAMAR DE MEU thumbnail

PROCURA-SE UM PAI PARA CHAMAR DE MEU

Original price was: R$64,95.Current price is: R$51,42.