Recortes da Vida e da Obra de Hercílio Maes

Aquela surrada mas acolhedora “colcha de retalhos”, das vivências da vida de alguém, não raro, é capaz de causar boas surpresas e revelar intrigantes passagens. A costura honesta dos bons recortes da vida e da obra de Hercílio Maes tem a justa pretensão de não só revelar realidades que ressurgem dos recônditos baús empoeirados, como também de instigar à leitura os poucos, mas peculiares relatos escritos que sobreviveram ao tempo, do prolífico médium do espírito Ramatís. A reunião inequívoca de seu belo trabalho e de sua dedicada tarefa ao auxílio dos necessitados podem ser rememoradas, pelo menos em parte, a partir desses registros históricos. Os remanescentes textos das entrevistas nos jornais e nas revistas que concedeu, das cartas trocadas com os mais próximos e outras relíquias do que ficou registrado e que se pode reunir, são agora agrupados como patrimônio inegável da labuta incansável desse seareiro universalista. Algumas histórias pitorescas, as boas lembranças, as saudosas imagens, os depoimentos carinhosos dos amigos, a relação com seu mentor Ramatís e toda bagagem da crítica elogiosa de suas obras, as quais puderam ser recolhidas, derivadas de extensa e dedicada pesquisa, agora são expostas na integralidade dos textos. O resultado é aquele agradável convite, que permite ao leitor, sentir de maneira surpreendente, um pouco daquele esquecido som que vibrava da batida da velha máquina datilográfica a qual, durante anos, Hercílio produziu de modo anônimo, incansável e reservadamente seu robusto legado mediúnico. Recortes de um tempo memorável que não mais retorna, mas que permite recuperar as boas memórias das contribuições inegáveis da vida e da portentosa obra de Hercílio Maes.