A Experiência de Ordem no Tribunal do Júri

Em “A Experiência de Ordem no Tribunal do Júri”, o autor aprofunda-se na complexidade do sistema jurídico, explorando o papel crucial do júri como instituição permanente em nosso Estado Democrático de Direito. Enquanto a literatura jurídica convencional aborda principalmente os aspectos processuais, penais e constitucionais, este livro destaca uma abordagem singular: a hermenêutica, ou a arte da interpretação, e seu impacto nas decisões do júri, atentando-se ao fato que este é um órgão que opera, de maneira paradoxal, sem a necessidade explícita de interpretação, decidindo com base em convicções íntimas.
Afora o mais, a obra aborda a soberania do povo no contexto político, investigando se o tribunal do júri exerce uma soberania plena, transcendendo a simples manutenção da ordem jurídica para abraçar uma ordem mais ampla. Explorando o conceito de “bode expiatório” de René Girard, o livro destaca como esse fenômeno desempenha um papel central no júri, simbolizando tanto a ordem quanto a desordem, desencadeando manifestações do sagrado e da violência.
O autor também examina como o júri, por sua natureza ritualística, transforma-se em um teatro, revelando preconceitos, estereótipos e valores presentes na realidade política. Ao desvendar os aspectos simbólicos, linguísticos e discursivos envolvidos, “A Experiência de Ordem no Tribunal do Júri” oferece uma análise essencial para compreender o júri não apenas como um órgão garantidor da ordem jurídica, mas também como garantidor de uma ordem extrajurídica.