De frege a putnam : estudo sobre filosofia moderna e contemporânea

Este livro surgiu primeiramente como uma extensão da minha pesquisa para o pós-doutorado. Com o passar do tempo, e com a publicação de diferentes artigos, as ideias foram se ampliando. Ao final cheguei a uma conclusão quanto a intenção desse projeto. Pretendo escrever dois volumes sobre filosofia moderna e contemporânea. Um voltado principalmente para a filosofia anglo-saxã e outro voltado para a chamada filosofia continental. Este, portanto, é o primeiro volume.
Não se trata de livro sobre história da filosofia, no sentido de detalhar todas as grandes ideias modernas e contemporâneos, nem de citar exaustivamente todos os seus autores. Trata-se, como o título o diz, de um estudo sobre os autores e ideias que considero mais pertinentes para a compreensão da mentalidade filosófica que se formou hoje, mas que advém, pelo menos em parte, da modernidade. Outro importante fato é que nem todos os autores estudados foram filósofos. Entretanto, esses autores, com suas respectivas ideias, relacionam-se, de uma forma ou de outra, com a filosofia.
Decerto, do ponto de vista cronológico, Frege não é o autor mais antigo do livro. Nem mesmo é o primeiro filósofo a ser citado. Então por que o título do livro é De Frege a Putnam? Ora, o livro não fala apenas de filosofia analítica, nem apenas de filosofia da linguagem, nem apenas sobre linguística. No entanto, os outros temas foram investigados de modo que fosse feita, na medida do possível, uma relação entre eles e a filosofia anglo-saxã, sem deixar de frisar as consequências que trouxeram para diversas áreas da academia contemporânea. Frege então surge como um símbolo que expressa a centralidade da filosofia analítica, mais especificamente a ideia de virada linguística, no livro. Há antes dele autores antigos e medievais e a serem considerados. Depois dele, além de outros autores, há também outras escolas de pensamento a serem estudadas, como o behaviorismo, a Gestalt e o estruturalismo. Mas Frege será o primeiro autor a receber um capítulo inteiro dedicado a si. Além disso, a ideia de Michael Dummet, segundo a qual a filosofia analítica é referida como filosofia pós-fregeana, foi levada em consideração para o título do livro.