Interferências:

Esta obra foi escrita em metalinguagem e metáforas suficientes para lança-la sem rumo para fora de qualquer órbita. O leitor passará por dentro do livro-capsula. O livro assim como as poesias destoam ou distorcem a matéria página-texto, segue para os confins do literário-universo, torna as coisas indeléveis, viajando para fora dos limites do corpo-letra-língua e também da cabeça artística se utilizando do próprio material encadernado como elemento mórfico tecnológico navegador para além do cosmos da poesia.
Me encontrarão por aqui, criei essa bibliomáquina e irei transladar por regiões e realidades paralelas sob trajes espaciais, cápsula e combustíveis criados a partir de páginas-equipamentos, versos-eletrônicos e um complexo sistema poético-integrado.
Aqui se encontra uma poesia de peças poético-eletrônicas agrupadas e montadas sobre uma placa-livro-chassi virtualmente soldada, cheia de cabos e fios, pés e cabeças conectados, parafusados e seguramente vedados. Eletro-versos e geradores de ideias plugados, carregam compartimentos de títulos e subtítulos que são propulsores das capsulas orbitais, estas armazenam e transferem energias aos compartimentos de homenagens philopoetametafísicas. Há vários motores de encaixe das palavromecânicas em eletropoemas, circuitos escritos em placas marginal-digitais.
Nesta obra também se encontram condições e passagens sob as dobras no espaço-tempo das folhas, interoperatividade sob a gravidade e massa do texto em algumas páginas gerando formas de conexão, vórtices linguísticos, buracos ou aberturas no universo literário entre outras obras do autor, ocorrem contatos entre vários personagens-poemas, poemas-coisas, títulos-textos, signos-segredos, folhas transmissoras, capas eletromagnéticas e etc. Estamos diante de uma biblio-mono-tecnologia, uma ciência do meta-livro ainda em testes, em pesquisa. É uma obra cheia de limitações e ao mesmo tempo também transpassa várias outras.
Por dentro da sua consistência há vários segredos irreveláveis, outros ilegíveis e alguns expostos. Real e a ficção coadunam, cruzam interagentes. Aparecem sequelas da realidade, devaneios virtuais, percepções atemporais, acontecimentos do agora e do antes num grande acometimento deslinguístico.