Contos das Guerras Imortais

Nem o impetuoso mar do leste e suas cortinas de névoa puderam conter a fúria das criaturas abomináveis que envenenavam Manar, a primeira terra habitada do mundo antigo.
Sem que os olhos e os ouvidos dos sábios percebessem, uma sombra densa viajou pelas águas, cobriu o céu e a mais escura das trevas finalmente caiu sobre a grande ilha Aldorás.
Nesse tempo, a Voz Sagrada jazia silenciosa há mais de mil anos e aqueles que provinham da primeira linhagem dos Consagrados tinham se extinguido. O que havia de pior em cada ser supurava como ferida na pele exposta.
Em virtude da fraqueza dos povos livres e de seus intensos e maus desejos, os senhores do oeste liderados por Fergul, que escondia em seu âmago um propósito obscuro e feroz, e as hostes cruéis dos temidos Nefins se uniram para dominar Aldorás, mas sem que pudessem esperar, encontraram uma dura resistência que antes jazia adormecida.
Agnus o senhor das matas, Narda a Vigilante de Melérion e o povo do norte, mesmo diante de um inimigo poderoso, se opuseram e se surpreenderam com aquela que acreditavam ser apenas mais uma das muitas guerras cruéis e sem sentido.
Em meio aos sangrentos combates, mistérios, perdas e dores, algo que finalmente trouxe todo o sentido para aquelas batalhas sem fim, foi revelado e, assim, sacrifícios que outrora trouxeram sofrimento e marcas profundas tornaram-se necessários outra vez.
As alianças dos grandes exércitos entraram em conflito, porém desta vez, não para conquistar terras e determinar domínios, mas sim para estabelecer novos tempos. Tempos de uma era de sombras, violência e domínio dos mais fortes ou o retorno da Voz Sagrada e dos grandes e iluminados seres da antiguidade que forjariam o novo mundo.