PIBID ALFABETIZAÇÃO

Em 2020, com o espalhamento da pandemia ao redor do mundo, passamos a assistir às tomadas de decisões dos governos nacionais no sentido do fechamento das instituições de ensino de todos os níveis e, com isso, à contradição da tarefa de promover uma convergência da garantia do distanciamento social e do direito à educação. Este cenário acabou por determinar transformações também no campo da formação de professores e professoras, e o PIBID, por sua vez, consolidou-se mais uma vez como polo de luta em torno do direcionamento desta formação. Se o Programa sempre foi marcado pela simbiose entre teoria e prática, vivências de graduandos e graduandas no interior do espaço escolar e dialogicidade entre universidade e escola de Educação Básica na construção de uma práxis orgânica aos agentes escolares, os limites próprios do cenário pandêmico colocaram em xeque o rol de ações que já haviam sido consolidadas ao longo dos quinze anos do PIBID no Brasil.
Desse modo, evidenciam-se não apenas os desafios que professores, professoras e estudantes envolvidos no PIBID passaram a enfrentar, mas também e em caráter dialético, as brechas para imaginação e criação do diferente, do novo e do incomum em um mundo em que o “normal” é sinônimo de desigualdade – e não estou a falar de uma visão romântica, salvacionista e “tiktokeana” da educação, muitas vezes baseada na qual prega-se que docentes seriam transformados em animadores, youtubers ou influencers. Na prática, todos os agentes do campo educacional, incluindo aqui os pibidianos, as pibidianas e seus respectivos coordenadores, viram-se em meio a um cenário de recentralização das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem, ao passo que as desigualdades sociais, educacionais e de acesso a este tipo de tecnologia se impuseram como um dos grandes entraves para a educação nacional.