Drágeas Poéticas

Por Jean Carlos de Brito
Presidente da Academia de Letras de Teresina.

Uma caminhada sem pressa pelo litoral piauiense em uma bela manhã, na companhia do sol e do canto das águas, um convite para ver e sentir em cada onda a sua brisa, e espiar em tons suaves a poesia de Joaquim Lopes… desabrochar. Ao segurar entre as mãos o lindo livro “Drágeas Poéticas”, essa caminhada se inicia…
O escritor, em sua belíssima obra composta por atributos metafísicos e existenciais, permite a expressão de sentimentos recônditos, por meio do uso de recursos linguísticos e estéticos.
Contemplando a poesia, uma das sete artes tradicionais, presenteia-nos com poesias que fluem naturalmente, desenhando imagens tingidas de contemplação da natureza, de uma bela brisa. Nos versos de “Brisa”, por exemplo, percebe-se a presença intensa dos apetrechos de uma vida vivida, de enorme carência e refúgio nesse momento em que nos encontramos.
O poeta Joaquim Lopes apresenta-nos nesse desabrochar de poesias uma salutar variação de temáticas, primando pelo “carpe diem ambiental”, mas também repleta de sensibilidade e lirismo, sem deixar de observar alguns comportamentos sociais que envolvem o dia a dia do ser humano, como o amor e a amizade.
Sinto que diante dessa harmonia poética, o autor convida a nos deleitarmos na sintonia de seu lirismo. Cada poema é um paraíso em si mesmo, pronto e acabado para o autor, mas aberto e cheio de possibilidades para o leitor, visto que onde o trabalho do autor termina, inicia o do leitor.
Foi essa percepção que tive ao ler a obra ”Drágeas Poéticas”. Aconselho aos leitores deste renomado livro que estejam prontos a senti-la, refletindo em cada poema. Procurem receber a brisa oculta em cada poesia e deixem que a intuição possa lhes falar como falou a Joaquim Lopes.
Como já dizia William Shakespeare: “A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõem”. Esta obra é resultado dessa paixão e amor pela poesia. Inspirador, singelo e promissor é este livro, que agora pertence ao mundo das Letras. Quantos serão tocados pela sensibilidade poética e ao chamado do autor? Impossível prever tal indagação, mas certamente milhares serão despertados pelo desejo ardente e eloquente dessa belíssima expressão verbal rítmica chamada poesia.