Educação para a vida

A experiência da aposentadoria consiste em um processo de desligamento de uma carreira, de uma longa e dinâmica trajetória, e a pessoa que vivencia essa transição pode ou não, conforme seu desejo e sua necessidade, continuar trabalhando na mesma área, em outra possibilidade profissional ou desenvolver projetos que não se relacionam à atividade remunerada. Ademais, envolve múltiplos e importantes aspectos individuais, psicossociais e organizacionais que devem ser considerados, tais como, autonomia, senso de autoeficácia e autoestima, planejamento em saúde, redes de apoio, repertório de interesses e atividades, estilo de vida, gestão da carreira, lazer e tempo livre, disponibilidade de ações institucionais de orientação para a aposentadoria, dentre outros. Para tal decisão é importante que o trabalhador trilhe um percurso reflexivo, informativo e consciente de psicoeducação, no qual devem ser disponibilizados e acessados conteúdos teóricos e práticos que permitam a compreensão crítica a respeito dessa etapa do curso de vida pessoal e de carreira. E esse movimento tem em sua inteireza um ritmo não linear, não é possível cruzar o caminho tratando de uma coisa atrás da outra, mas abraçando os atalhos, o desconhecido, a sensação de estar perdido, de se encontrar, de agir, percebendo o sentido em cada experiência. É um processo artesanal de feitura da própria vida.