Requiem – Viola e Filosofia

A presente obra traz para o diálogo questões que fundamentam o discurso sobre a cultura caipira, a cultura do violeiro e o arquétipo a partir da indústria da cultura. Como recurso, para amalgamar alguns conceitos que percorrem a esfera da cultura popular, em especial a cultura do vocábulo caipira, o pensamento filosófico foi auferido como sustentação teórico e científico. Não seria possível romper, sem a filosofia, com uma “manifestação” de ideias, sobretudo, com algo já estabelecido no senso comum, a saber, algo introjetado de maneira perspicaz por todos que utilizam de sua posição e status quo para simples reprodução desta imagem cultural. Com base na filosofia de alguns pensadores foi possível trazer para a interlocução o viés crítico e reflexivo, diferente da exacerbada escrita romântica que se tem evidenciado em pesquisas acadêmicas e não acadêmicas sobre esta temática. Outro tópico de mesma importância que conduz o diálogo, também de forma crítica, é a questão da classe social, assunto este que percorre a história social brasileira. “Não há” como dissertar sobre cultura caipira sem transitar por questões de classe social, tema “nebuloso”, pelo menos para a maioria dos pesquisadores acadêmicos, uma vez que estes mesmos pesquisadores fazem parte da chamada elite intelectual. Esta obra realça a necessidade de uma leitura crítica, assim como uma desconstrução de mitos construídos por um pensamento ideológico, de classe e alienante, onde a iniquidade se faz na palavra, na escrita, na ação e na escolha de quem serão os escolhidos e os submissos, ou seja, sobre quem “merece” fazer parte da história contada pelos “vencedores”.