Pedagogia Social: O Papel Social das Escolas na Educação Infantil

A pedagogia social tem mais de 150 anos de existência e sua maior experiência e aplicação encontra-se na Europa. Esse período foi marcado por diversas guerras com sistemas autoritários, exigindo que as demandas sociais fossem pensadas e refletidas no sistema educacional.
Nesse sentido, é irrefutável que o principal recurso contra a pobreza é a educação. É nesse processo civilizatório que ocorre a formação do sujeito, ou seja, no seu núcleo familiar social que é formado pelos pais, educadores e sociedade. Essa união entre trabalho social, serviço social e educação forma o tripé da pedagogia social. Contudo, é muito mais abrangente pois não se ocupa apenas das questões sociais.
Ao avaliar os impactos no sistema educacional, podemos ser vistos como uma forma de resistência cultural, respeito as origens e a história de um povo. Neste ponto, a pedagogia social ao se ocupar de avaliar a questão local, não se restringe apenas a identificar as vulnerabilidades, mas como transformar aquele arranjo em algo potente, inclusivo e que dê orgulho para a comunidade acadêmica e sociedade. A escola passa assim, a ocupar um papel central de discussão e debates, transformando-se em muitos aspectos a única voz de um povo, que em algum momento passará pelo sistema educacional, porém, em países em desenvolvimento, talvez este será o único serviço público que terá acesso.
Por este prisma, a pedagogia social ocupa-se da democracia real. Sua construção é baseada na cooperação e coletividade. O autor mais influente da pedagogia social no Brasil é Freire (1996), com destaque para Caliman (2009), outros autores como Schugurensky (2013), Hämäläinen (2003). Suenker et al. (2016) tratam do conceito e investigam sua aplicação na Europa. O objetivo deste livro foi investigar o papel da pedagogia social diante dos impactos da pandemia do COVID-19 na Educação Infantil de Vila Velha, ES. Sua necessidade surge em analisarmos o que podemos aprender com esta experiência e como aperfeiçoar nossos sistemas de ensino, estes medos e receios da pandemia pairam sob a roupagem da miséria, falta de equidade e desalento social.
Os resultados deste livro indicam que a pandemia trouxe medo, frustação, desesperança entre os docentes e ainda que, as políticas públicas foram tardias. A fome, a falta de acesso, a necessidade da família em absorver o papel do professor e mediar o ensino, trouxeram prejuízos na formação do discente.