A Vaga está lá, esperando por você

É mês de julho, Na Penitenciaria por ser feita em concreto todas estações são mais percebidas, o inverno é mais frio, no verão mais calor, e nesse julho não era diferente dos demais invernos, bem frio dentro da Cidade de concreto, e tudo na cadeia ganha maiores dimensões, um crime contra o Estado, se cumpre uma pena, mais um crime, contra o crime, é um crime capital, na sociedade paralela dentro dos Presídios.
E a pena é exemplar, e nessa segunda feira, todas as segundas feiras, foram batizadas como “segunda sem Lei”, pois os devedores tinham até o domingo para acertar suas dívidas e nos domingos vinham à tona qualquer deslize ou mentira sobre a atitude de algum preso que cometesse o crime capital. Pois segunda era o dia do acerto de contas. E essa seria uma segunda sem Lei, pois o clima estava pesado, como o frio que pairava no lugar, os presos não conversavam com os guardas como de rotina acontecia, e o faxina passou próximo da gaiola cantando o hino de Louvor, “ segura na mão de Deus, segura na mão de Deus, pois ela te sustentara…” esse era a deixa para avisar que alguém iria morrer.
E nesse clima que decorrem as histórias de Odivan Marcio Pereira Pinto em “A vaga está lá, esperando por você”, em um clima pesado, tenso, com histórias de finais felizes e outros nem tanto assim, mais com a essência do dia a dia, entre sentenciados e funcionários, dentro do sistema prisional. Clima que está sempre em ebulição, apagando um pouco do pavio desse barril de pólvora. Ambos pelas suas escolhas.