Sem Pensamentos Eu Existo

Neste livro, Maria Teresa convida-nos a aprofundar a experiência da meditação mantendo a mente aberta.

Meditar para investigar – A meditação permite realizar pesquisas em nosso laboratório interior. A consciência de observação oferece a experiência de se sentir como um cientista, curioso e neutro, que contempla o funcionamento de alguns aspectos do sistema nervoso do corpo. “Gradualmente eu tenho catalogado e procurado a base fisiológica dos diferentes aspectos dos quais podemos ter experiência direta.

Estado de meditação – Ainda que a experiência do estado de meditação possa ocorrer em um instante, as mais de 10.000 horas que meditei nos últimos trinta anos foram úteis para perfilar diferentes aspectos desta experiência.
Ao praticar a meditação e o controle da atenção alcançam-se estados que não são permanentes; há diferentes sintomas associados que vêm e vão. Este vaivém eu tomei-o como oportunidade de pesquisa; suas características diversas eram como diferentes preparações da experiência, como se o laboratório interior cada vez apresentasse diferentes possibilidades para experimentar.

A experiência que deu início a esta investigação sobre a meditação utilizando o método científico teve lugar em 2009. Desde o início de maio até meados de junho vivi além dos pensamentos; havia silêncio em minha cabeça a maior parte do dia.

Este estado de meditação era interrompido em algumas ocasiões pela voz do ego dando conselhos sobre algum tema. Estava consciente deste monólogo sem perder a conexão com a observação interior, logo me resultava fácil voltar ao silêncio mental.

Nesses dias, percebi que a minha curiosidade científica intensificava esta experiência. Eu apreciava as diferenças que estavam acontecendo dentro de mim, e quando eu tinha a chance, eu estava traduzindo para palavras e escrevendo. Comprovei que esse estado verdadeiramente cria um espaço de pesquisa; nos tornamos um cientista que tem seu laboratório no interior do corpo, e utiliza os sentidos para experimentar e descobrir.

A ciência: uma maneira de não nos enganarmos – A descrição dos resultados relativos ao estado de meditação a realizei utilizando as pautas da escrita científica. Como dizia o famoso físico Richard Feynman, «A ciência é uma maneira de não nos enganarmos a nós mesmos».

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MARÍA TERESA BLÁZQUEZ TEJADA

É formada em Ciências Físicas pela Universidade Autônoma de Madri, e doutorada em Bioengenharia e Física Médica pela Universidade de Granada (campo de pesquisa: Sistema de controle postural humano). Na Universidade Europeia de Madri tem tutoriado mais de 200 projetos de pesquisa de pós-graduação.