A KAMBINA NAGÔ E O KAMUKA NA NIGÉRIA

Este trabalho pretende mostrar que a tradição afro-brasileira Kambina (atualmente conhecida por Cabinda) não tem origem na cultura Banto, mas antes, conservou tradições do antigo reino africano de Òyó (Nigéria).

Cabe esclarecer que as nações ou raízes afrodescendentes foram criadas e formadas no Brasil. Nenhuma nação afro-brasileira é uma nação africana pura, nenhuma, sem exceção. Os africanos que aportaram no Brasil criaram religiões e tradições influenciadas pela Matriz Africana, mas não é a matriz africana.

Partindo desta premissa, analisaremos os fatores que envolvem Waldemar Kamuka, o Olùpilèsè (fundador) da tradição Kambina, segmento religioso do Batuque do Rio Grande do Sul, que nasceu em solo brasileiro, iniciado no Batuque de seu tempo.

Por motivo que se desconhece devido à falta de registros, Waldemar Kamuka, partindo de outras raízes do Batuque, ressignificou fundamentos, reorganizou os ritos, e deu origem à Kambina, uma nova tradição para a época.

Curiosamente, este é o diferencial da tradição religiosa Kambina, não há dúvidas quanto à existência de quem foi seu fundador.

Não há registro de que divindades cultuadas na Kambina sejam nKisse. Elas não são divindades bantas cultuadas com os nomes das divindades Yorùbá, como se acreditou por anos. Não temos registros que existiu nos Batuques rituais ou uma tradição verdadeiramente banta.

As tradições religiosas Òyó, Jeje, Kambina e Ijesa do Batuque do Rio Grande do Sul, se baseiam numa mesma liturgia com poucas diferenças, contendo todas o mesmo panteão religioso, usando as mesmas cantigas, rituais e iniciações.

Sobre a etnia Kamuka, documentos registram a quantidade de pessoas desta etnia e a localização de um local com este nome.

Sugerimos que leiam sem preconceito, com a mente aberta às possibilidades que apresentaremos, visando um melhor entendimento do Batuque.