As cartas de Rosa Eiffel

Emmanuelle Meirelles era como qualquer moça de cidade grande. Trabalha em uma área que não gosta, mas dá dinheiro, afinal o seu talento natural para música nunca foi impulsionado pela família. Na verdade, sequer era valorizado. Porém, quando o seu avô paterno falece e deixa a casa como herança para a neta, ela decide finalmente morar sozinha, viver a independência e tocar instrumentos sem o julgamento alheio. Surpreendentemente, ao achar uma caixa contendo cartas escritas em francês e fotos de sua avó paterna francesa, Françoise Bertrand, falecida há décadas, a qual jamais conheceu ou era citada nas reuniões de família, um mistério paira em sua mente. Por que jamais alguém comentou sobre ela? Por que essas cartas jamais foram enviadas? Quem seriam essas pessoas que nunca as receberam? Por que nunca disseram que ela também era musicista?

Em um passo de coragem ou loucura, Emmanuelle decide ir à Paris, sozinha, sem saber falar a língua e com o dinheiro de trabalhadora celetista, a fim de conhecer esses indivíduos que um dia fizeram parte da vida de sua avó e descobrir mais sobre seu passado desconhecido. Surpreendentemente, ela mergulhará em um passado de revoluções e ideologias dos anos 60 e 70 que conectaram a França da Guerra Fria e o Brasil da Ditadura Militar; entenderá sobre a complexidade da juventude, dos sonhos, dos preconceitos e dos erros que definem futuros. Obra escrita em 2016, somente em 2023 a obra torna-se papel para a sociedade deslumbrar-se com a Paris do passado e do futuro, bem como as nuances de um período obscuro do Brasil.