Descolonizando a construção identitária de um povo:

Este livro é um convite aos leitores, em especial àqueles que navegam por estas páginas com a disposição de encontrar o novo, para promover uma reflexão que permita a ruptura com velhos paradigmas.
As representações da história permeiam as relações sociais e os processos identitários. Constituem assim instrumentais da criação e da gestão identitária, ao determinar, de forma fundamental, que projetos e perspectivas devem ser vistos como legítimos e validados através de atos de memória.
As lutas pelas memórias no reconstituir de sentidos e de novos espaços sociopolíticos em Uberaba, no interior de Minas Gerais, não fogem à regra existente nas grandes cidades brasileiras, pois enfrentam estereótipos eurocentristas que distorceram a história dos povos “conquistados”.
Ao longo da história, a educação infelizmente foi utilizada na disseminação de equívocos que continuam a fomentar a exclusão.
Em Minas Gerais, com a Lei nº 21.152/2014, o governo estabeleceu uma série de diretrizes e objetivos para a formulação e implementação da política estadual de combate às discriminações racial e étnica, assim considerados quaisquer atos baseados em noções de superioridade vinculadas a raça ou descendência biológica que, sob o pretexto de cultura, crenças, hábitos, relações de vida ou traços psicossociais restrinja ou exclua o exercício dos direitos fundamentais e das liberdades individuais.
Porém, quase dez anos após sua edição percebe-se a necessidade, para sua efetivação, de mais políticas públicas, estaduais e também municipais, para promover a transformação social necessária à compreensão da riqueza contemplada pelas diferenças e sua relevância no processo de construção identitária do povo brasileiro.
Nesta obra se estuda a Lei nº 13.790/2023 e as contribuições que ela promove, ao instituir a “Semana Municipal de Enfrentamento ao Racismo no Município de Uberaba” e, assim propor uma reflexão acerca da indispensável (Re)significação da História como instrumento de favorecimento à cultura da paz.