GILBERTO:

Estudei engenharia, ciências e sistemas de informações e parecia que os números regeriam minha vida. Ledo engano, pois ao me tornar professor universitário senti a necessidade de entender como aprendemos e como é possível ensinar. Juntei o computador à sala de aula, fiz mestrado e doutorado ligando os meios digitais modernos, tanto à formação de professores, quanto a formas de ensinar com tais meios. Daí em diante pisei com firmeza nas trilhas da academia, sabendo onde meus dois pés se apoiavam.
Mas, as pessoas criam rótulos para outras pessoas e nem sempre essas rotulações correspondem a verdade do outro. Uma pecha que parece perseguir os amantes dos números, chamados depreciativamente de “pessoal das exatas”, os alienados diante da realidade.
Nasci e cresci pobre, na Baixada Fluminense, o que me enche de orgulho, afinal fácil é nascer e ser criado nas areias de Ipanema. A vida me colocou muitos obstáculos e algumas vezes eles se transformaram em oportunidades. Aprendi desde cedo que não adianta reclamar o passado, pois o que interessa é fazer o agora com o possível.
Vitimismo é para os fracos.
Havia um sonho ainda a ser realizado: – tornar-me um contador de estórias. Lembrando estórias que me foram contadas e outras vividas em primeira pessoa, coloquei no papel uma peça de ficção histórica, sem a pretensão de chamá-la de romance.
É sobre um jovem que sem nenhum controle sobre os fatos se vê transformar em membro do serviço de informação do Exército, em pleno regime militar. Daí em diante solte tua imaginação e aproveite a leitura.