Pensando Livre no Espiritismo

A obra tem como finalidade despertar no público seguidor do Espiritismo um retorno aos fundamentos doutrinários, sem passar por perto de qualquer atualização, revisão, ou outra loucura do gênero. O passado é imutável, não nos cabe idealiza-lo e corrigi-lo ao nosso bel prazer.
O longo caminho já percorrido no Espiritismo permite que tenhamos posições e opiniões calcadas nessa vivência. Ao me aposentar da Universidade Federal de Mato Grosso o tempo, sempre escasso durante o magistério e pesquisa na academia, começou a sobrar e os sonhos da mocidade começaram a se tornar possíveis de serem realizados.
Como já havia escrito três livros autorais em diferentes estilos literários: ficção histórica, crônica e conto, o exercício de escrever aplainou o terreno para algo mais sutil, mais reflexivo, mais polêmico (sou assim) e que abrisse novas picadas para se pensar na Doutrina espírita, com fidelidade ao caro Allan Kardec, nosso codificador.
Em forma de pequenos artigos de opinião, de ensaios ou de resenhas este livro nasceu de anos de reflexão, anotações para o futuro e que amadurece nesses últimos cinquenta anos o suficiente para compor um livro.
E como sempre incentivou Allan Kardec, eis o produto de um livre pensador crente, conforme classificou o codificador na Revista Espírita, de janeiro de 1867, p. 22:
“Há, pois, uma distinção essencial a fazer entre os que se dizem livres-pensadores, como entre os que se dizem filósofos. Eles se dividem naturalmente em: Livres-pensadores incrédulos, que entram na 5ª categoria; e livres-pensadores crentes, que pertencem a todas as nuanças do espiritualismo racional.”
Esperamos, com fervor e sinceridade, que a sua leitura provoque o livre pensar, solte as amarras de tabus e regras daninhas, de maneira a dar liberdade ao pensamento, questionar, concordar ou discordar, mas sobretudo, “pensar fora do quadradinho”.