Saúde e Intersetorialidade

O conceito descrito na constituição da Organização Mundial da Saúde, em 1946, refere-se a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de enfermidade. Considerada indissociável do direito à vida, a saúde consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, como direito comum a ser garantido a todos os povos e todas as nações, sem distinção de sexo, cor, religião ou origem. Constantemente políticas públicas são instituídas como um conjunto de ações que repercutem nas condições de vida das pessoas em seus territórios. Tais ações demandam o reconhecimento de problemas do cotidiano, a articulação de saberes técnicos e populares, a mobilização de recursos institucionais e comunitários, envolvendo diferentes setores e áreas. A intersetorialidade é um conceito que refere-se a integração de diversos setores para solucionar problemas complexos e de características multidimensionais. Isso significa trabalhar, governar e construir políticas públicas pautadas no diálogo entre pessoas em diferentes espaços, sob diferentes perspectivas que fornecem o planejamento e o desenvolvimento de ações transversais.
Considerando a relevância da intersetorialidade para a garantia do direito à saúde, bem como os desafios impostos para a sua efetivação no campo das políticas públicas brasileira, os textos compilados no segundo ensaio do Laboratório Interdisciplinar de Saúde Coletiva da Faculdade Guilherme Guimbala reúnem reflexões teoricamente fundamentadas, bem como análises de experiências e observações de práticas tangenciadas pela intersetorialidade na saúde.