A Rara Joia do Contentamento Cristão

O livro “A rara joia do contentamento Cristão” do pastor puritano Jeremiah Burroughs nos confronta com a questão: Como um cristão pode desfrutar de um verdadeiro contentamento possuindo pouco nesta vida? Ele se refere a viver com o mínimo em termos de bens e recursos financeiros, ou mesmo em situações de perseguições e enfermidade, comparado a outras vantagens oferecidas no mundo. Então, nesta obra, ele nos fornece cinco respostas que resultam da sua reflexão teológica e maturidade da vida cristã forjada pelo fogo do sofrimento.
A vida de Burroughs exemplifica muitas das melhores características da época puritana a que ele pertencia. Ele nasceu em 1599, e foi educado no Emmanuel College, em Cambridge, essa faculdade se tornou no maior centro de formação de pregadores puritanos. Enquanto esteve em Cambridge, Burroughs se tornou num não-conformista e por este motivo teve que deixar a universidade, interrompendo a sua carreira acadêmica.
O ministério pastoral de Jeremiah Burroughs foi dividido em três períodos. O primeiro, após deixar Cambridge, em 1624, ele ministrou em duas congregações em East Anglia, servindo primeiro como assistente pastoral em Suffolk e depois como reitor em Norfolk. Todavia, Burroughs perdeu o seu cargo em Norfolk por razões de consciência, ele não pôde obedecer às exigências do bispo, incluindo a ordem de ler na igreja The Book of Sports do rei James, que declarava que a dança, o treino de arco e outras recreações eram permitidas no Dia do Senhor. O segundo período, foi durante a influência do arcebispo William Laud que perseguiu não apenas ministros puritanos, mas muitos cidadãos e membros da igreja da Inglaterra, de modo que eles fugiram em busca de liberdade para adorar a Deus de acordo com as Escrituras e suas consciências; por isso, em 1637, ele se tornou pastor da igreja inglesa em Roterdã, na Holanda. O período final do seu ministério é quando retorna para Londres em 1642. Burroughs foi convidado para pastorear as igrejas de Stepney e Cripplegate, descritas na primeira edição da “A rara joia do contentamento Cristão” como as duas das maiores congregações na Inglaterra. O Parlamento Longo o escolheu, dentre vários outros teólogos, para desempenhar o importante papel no novo estabelecimento religioso contra o antigo anglicanismo. Nesta última função, ele foi convocado como membro da Assembleia de Westminster, todavia, teve uma breve participação, pois morreu em 14 de Novembro de 1646, duas semanas após uma queda de seu cavalo, quando retornava de uma das reuniões da Assembleia. Ele foi um homem que viveu o contentamento divino acerca do qual escreveu.
Com a leitura desta obra você poderá verificar que o seu conteúdo resistiu ao teste do tempo, sendo tão proveitoso agora quanto quando foi publicado em 1648. Ele expressa um dos melhores exemplos da piedade puritana. Espero que este livro abençoe a sua vida do mesmo modo que causou um significativo benefício em mim.

Pr Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil 1ª de Teófilo Otoni.