Riani

Maior liderança sindical do Brasil dos anos de 1950–1960, preso em Juiz de Fora.
Clodesmidt Riani, presidente do famigerado CGT, se apresentou ao QG da 4ª Região militar no dia 5 de abril de 1964, em Juiz de Fora, por volta das 7 horas, onde recebeu ordem de prisão.
Após se negar a assinar uma carta, onde deveria afirmar que o ex-presidente João Goulart e seu cunhado, o ex-governador Leonel Brizola, eram comunistas, ainda naquela manhã, Riani foi levado sob escolta militar para as dependências do DOPS, em Belo Horizonte.
É nesse cenário que começa a segunda parte da história de Clodesmidt Riani, em “Riani: A Luta Continua”.
A recepção no DOPS, foi a pior possível. Com xingamentos e ofensas, jogaram-no num porão lotado, onde já não cabia mais ninguém, “Não se conseguia tirar um maço de cigarros do bolso”.
Dois dias depois, levado para outra prisão, recebe uma comissão de deputados que lhe comunica cassação de seu mandato.
A partir desse momento, Riani enfrentará sete anos de prisão em vários quartéis até terminar na Ilha Grande entre 1969 e 1971.
As prisões, os processos, as farsas processuais, os julgamentos. Medos, ameaças, interrogatórios, tortura. A família perseguida, a falta de dinheiro.
A solidariedade dentro e fora das prisões. A luta incansável e heroica da esposa Dona Norma. O encontro dela com o general Olympio Mourão Filho para exigir tratamento humano aos presos.
A liberdade, a volta por cima, o novo sindicalismo. Os resgates: a retomada dos direitos políticos, a volta pelo voto à Assembleia, e, finalmente, o retorno à família, brincar com os netos, como não brincara com os filhos. E realizar sonhos adiados, como um simples álbum de casamento. Não um casamento, mas uma cerimônia de bodas de ouro que valeu como um novo casamento.
Riani: A Luta Continua.