O louco da Rua Encantada II

Sabe aquele primo: lindo, inteligente, legal, amoroso e educado?
Era ele, o filho do dono, mas que carregava toneladas de sacos de estopa nas costas.
Aos domingos distribuía beijos e abraços apertados à toda família e ajudava as crianças nas lições de matemática.
Este primo incrível se transformou em um estranho para muitos, não para mim, meu pai e minha mãe, que o recebemos em casa em uma madrugada para tomar um café. Nos procurou em nossa longe e humilde casa e nos achou, sem ter o endereço. O único que foi lá nos ver porque mesmo “louco” era cheio de amor e carinho.
Um louco? Não! Um primo que adoeceu diagnosticado com esquizofrenia e que foi incompreendido por muitos, mas que continuou sendo amado por alguns. Como por esta guerreira, que se tornou sua esposa e escreveu lindamente sobre suas vidas, contando em detalhes essa trajetória de preconceito, superação, amor e muita loucura!

Quando meus olhos se encontraram com os seus, me senti preenchida, como se houvesse achado uma outra parte de mim.Eu tinha 12 anos de idade e deixei as bonecas de lado para viver um romance, tendo como moldura as ruas perfumadas pelo cheirinho gostoso de pizza. Mooca, minha bella, Mooca! Berço da minha história e do nosso amor!