François Xavier Nguyên Van Thuân

Este trabalho inicia-se com um apanhado histórico da origem e missão da Igreja Católica Apostólica Romana ao longo da sua era bimilenar. Nesse longo ínterim, constata-se que muitas foram as oposições ao seu legado. Dito isso, sem desmerecer os outros eventos dissidentes pretéritos, o comunismo é evidenciado aqui com destaque ao seu principal teórico Karl Marx, haja vista a sua máxima: “A religião é o ópio do povo”. Dado tal pano de fundo, clarifica os dissabores que Francisco-Xavier Nguyên Van Thuân foi submetido por parte desse sistema anticlerical que se impôs pela força e pela barbárie no seu país natal Vietnã. Escrutinada, portanto, a vida de Van Thuân, mediante seus escritos autobiográficos, este trabalho tem por objetivo mostrar o quão importante foi a vida orante dele nessa conjuntura de dominação comuna. Assim, para atingir tal meta, o arcabouço teórico deste labor é de revisão bibliografia, mas ele, para embasar o ponto fulcral aqui defendido, gravita, por excelência, em torno dos livros: O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão e do livro Testemunhas da Esperança. Este de autoria do próprio Van Thuân, aquele de autoria de Stéphane Courtois e Cia. Diante do aventado, conclui-se que esse clérigo asiático teve uma vida exemplar nessa situação persecutória ideológica que, infelizmente, ainda tem vigor neste mundo e por isso da necessidade de sempre rememorar o testemunho desse clérigo vietnamita resiliente que jamais foi subserviente a essa ideologia socialista que, em essência, busca desconstruir a Doutrina da Igreja, a julgar pelo que disse o teórico ítalo Antonio Gramsci: “O socialismo é a religião que irá destruir o cristianismo”. Esses teóricos ateus, sob o ônus das suas próprias ignorâncias, não creram na perenidade da Igreja bem como tudo o que ela representa à humanidade, porém, crendo ou não, é promessa de Cristo que “as portas do inferno jamais prevalecerão perante a ela”, quanto a isso, eis a história como testemunha! Van Thuân indubitavelmente creu em tudo isso, tanto que, em prol dessa esperança de fé, ele ofertou sua própria vida. Fiel à sua vocação, ele viveu conforme a doutrina dessa fé e, por isso, sofreu as mais terríveis agruras por conta da intolerância daqueles que a tentavam destruir. Van Thuân “combateu esse bom combate” tendo, como arma principal de luta, o poder da oração. Não por acaso, dentre seus predicados de vida heroica, esse homem ascético tornou-se – como eternizou Bento XVI na Spe Salvi – “escola de oração” aos tempos hodiernos. Mérito esse que faz justiça a tudo aquilo que foi Van Thuân, porque, dentre outras coisas, esse pastor d’almas provou que a oração é sine qua non nesse processo de espera pela parusia.