Delírios e Recordações antes que o Ilustre Bávaro me Cutuque

Essa pequena coletânea de crônicas e contos, cujo conteúdo foi iniciado com alguns rabiscos há mais de cinquenta anos, vem sendo massageada e revista, sempre com a secreta esperança de publicá-la um dia, como um sonho acalentado por todo escrevinhador. Essa ambição é o sentimento compartilhado com o homem das cavernas e o seu provável subterfúgio para combater o temor de completo desaparecimento e total ostracismo, sugeridas pelas pinturas rupestres impressas na rocha há mais de quarenta e cinco mil anos.
A premência da divulgação desta decorre primeiramente pelos inequívocos sinais de lapsos cognitivos e de memória de curto, médio e longo prazos, que o cotidiano me brinda pressagiando a indesejável visita do velho alemão e à conscientização da finitude da existência, em parte originária pela atmosfera deprimente exalada pela pandemia.
A coletânea contempla textos inéditos não publicados (4), textos selecionados e publicados pelos concursos da Fundação CESP (2), um texto publicado na coluna casos do acaso da Folha de São Paulo e contos selecionados em concursos (8). Alguns contos são relatos verídicos até onde o estatuto da licença poética consente, isto é, com alguns exageros e nomes fictícios. Outros são sugestões mórbidas de Morfeu e outros resultantes de vigílias de noites insones.